segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Anos após lei, Araruama tem mais casos de violência doméstica registrados

 “Criada para proteger as mulheres da violência doméstica, a lei Maria da Penha trouxe avanços; em oito meses, foram registradas 400 ocorrências”.

A lei Maria da Penha completa nesta quinta (22) cinco anos em vigor. Criada para proteger as mulheres da violência doméstica, ela trouxe avanços. Em Araruama, o trabalho de conscientização iniciado após a lei já reflete o aumento do número de casos registrados.



A lei devolveu a liberdade a mulher que aparece no vídeo. Prisioneira de um casamento marcado pela tortura psicológica e agressões físicas, o silêncio de mais de 20 anos foi rompido em janeiro. Segundo a entrevistada, o marido dormia com a arma em baixo do travesseiro e dizia que iria matar ela, até o dia em que a mulher decidiu denunciar.



E vem crescendo o número de mulheres dispostas a acabar com o ciclo da violência doméstica. De acordo com os dados do juizado especial criminal de Araruama, em 2010 foram 397 denúncias, nos primeiros oito meses de 2011 já são 400. Para a promotora Viviane Motta, a coragem para denúnciar vem das garantias de proteção durante o andamento do processo criadas pela lei Maria da Penha. Segundo ela, o agressor pode até ser preso preventivamente caso seja descumprido o afastamento determinado.



O número de registros aumentou, mas o trabalho de conscientização tem que ser permanente, é o que se observa na coordenadoria da mulher. São em média 60 atendimetnos por mês e 15% das vítimas ainda acabam desistindo de fazer a denúncia. O centro de referência tem um ano e foi criado justamente para dar o apoio psicológico, social e jurídico, e principalmente informar sobre os direitos das mulheres agredidas. Jaqueline Soraggi, coordenada da Mulher Araruama, assegura que há vida sem violência e que as vítimas que se livraram de situações como essas são provas vivas disso.



A senhora de 63 anos que aparece no vídeo encontrou forças para superar a dor física, depois de um ataque de fúria do marido. Tenta cicatizar as feridas abertas no coração e hoje é uma das mais atuantes contra a violência doméstica. Segundo ela, só assim vão ter a recuperação da família, a proteção dos filhos e vão ver que aquilo não é exemplo. A ajuda e a denúncia para elas é a única receita de felicidade.



A Coordenadoria da Mulher fica na avenida Nilo Peçanha, número 352, no centro de Araruama. O telefone é o 2665-1276.



Fonte: in360.globo.com

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